As terapias expressivas definem-se por utilizarem as diversas artes e expressões (música, dança, pintura, escultura) em contexto terapêutico, visando o desenvolvimento psíquico. São terapias que propõem um aproveitamento simultâneo das capacidades humanas e incentivam ao despertar do lado artístico, musical, lúdico e rítmico numa perspectiva holística. É estimulada a capacidade do indivíduo interligar as suas expressões e os seus processos artísticos, desenvolvendo assim um estado superior de auto-percepção. Podemos mesmo dizer que se o indivíduo conseguir integrar as suas vivências expressivas fragmentadas, irá ver-se a si mesmo e sentir-se como um ser mais completo, e mais conhecedor dos múltiplos aspectos do seu íntimo, sem rejeitar ou esquecer uma parte eles.
Sublinha-se a importância do acto criador e da experiência estética enquanto processo e não enquanto resultado, não devendo os trabalhos artísticos no contexto terapêutico serem alvo de um julgamento estético ou serem remetidos para as categorias de “bonito” ou “feio”. Não são o talento ou a competência artística que estão aqui em causa, pelo contrário, o que se pretende é que o indivíduo encontre a capacidade de se expressar pela sua própria linguagem não verbal, transmitindo emoções e vivências particulares sem a necessidade de utilizar símbolos convencionais para uma comunicação “correcta”.
As terapias expressivas, com efeito, visam que a pessoa evolua através das suas potencialidades criadoras – aqui, estimular o fazer arte não é ensinar a representar o mundo de um modo culturalmente aceite, é antes incentivar a representar o mundo através da visão interior do indivíduo. Neste sentido, as desordens emocionais não são tratadas como se fossem doenças, é antes oferecida a possibilidade de dar um nova forma e significado a essas desordens. Aqui não se realizam remoções das partes negativas, opta-se antes por metamorfosear através da imaginação, numa atitude que obrigará o sujeito a tomar consciência dos seus ritmos de transformação interior.