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terça, 25 outubro 2011 00:30

Prevenção do Suicídio

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    Verifica-se que os doentes com HIV têm uma probabilidade muito maior de cometerem suicídio que a população geral. Porém, a maioria dos doentes que apresentam pensamentos, fantasias ou comportamentos suicidas sofrem de perturbações psiquiátricas não tratadas (principalmente depressão), o que revela a importância da avaliação e do acompanhamentos psicológico quando se pretende reabilitar o doente seropositivo. De facto, é recomendável que os clínicos especializados monitorizem por rotina o estado mental do doente e avaliem e debatam explicitamente a existência de ideação e intenção suicida. É sabido que a maioria das pessoas que terminam com a própria vida falam previamente com alguém acerca das suas ideias suicidas, pelo que as referências feitas pelos doentes acerca desta temática devem ser avaliadas de forma séria.

    Os doentes seropositivos estão em especial risco de depressão e suicídio por um conjunto de factores biológicos e sociais (para além das características psicológicas pré-existentes). Relativamente à parte biológica, podemos dar como exemplo que, na infecção HIV, há a degradação do L-triptófano, um dos aminoácidos percursores da serotonina, e a degradação deste aminoácido específico está associada a um acréscimo de sintomas depressivos. Estes aspectos físicos e biológicos conjugados com todo o conjunto de factores de vulnerabilidade social elevam de um modo acentuado a probabilidade do risco de suicídio entre os pacientes com HIV. Com efeito, a discriminação e o estigma experienciada por estes aumentam os seus níveis de depressão e é de sublinhar que a comunidade homossexual, afectada de uma forma desproporcionada pelo HIV, sofre ainda o estigma suplementar da homofobia. Aliás, é de referir que as pessoas homossexuais apresentam taxas consideravelmente mais elevadas de suicídio que a população heterossexual e há estudos que mostram que para alguns homossexuais, contrair HIV está associado à suicidalidade. De facto, colocar-se a si próprio em risco de contrair HIV como um método de suicídio passivo foi um fenómeno que se demonstrou existir nesta população especialmente fragilizada pelo estigma e é relevante que os clínicos tenham em consideração estes aspectos mais escondidos e menos óbvios.

 

Ler 21 vezes Modificado em quinta, 01 dezembro 2011 01:54
Está em... Entrada Psicoterapia Individual Prevenção do Suicídio